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Artigo:

Programas e jornalismo da Rádio Inconfidência fazem homenagem ao compositor mineiro e presidente da EMC
 

 

Ouça as homenagens a Flávio Henrique realizadas na Rádio Inconfidência FM 100,9 e AM 880:

Casa Aberta: 18/01/18
Casa Aberta: 19/01/18
Bazar Maravilha: 18/01/18
Almanaque Brasil: 18/01/18
Tom Instrumental: 18/01/18
A Noite Vai Ser Boa: 18/01/18
Jornal Inconfidência: 19/01/18
Esquinas de Minas: 21/08/18
Feito em Casa: 21/18/18
Nosso Chão, Nosso Som: 24/01/18
Coluna Olhar Cultural: 23/01/18
Coluna Cinefonia Musical: 22/01/18

 
Leia também:

Despedida a Flávio Henrique


A morte do vento
(Flávio Henrique e Brisa Marques)

Quando eu morrer, me jogue ao vento
Que o vento saberá pra onde me levar
Se não souber, pergunte ao tempo
Que o tempo é terno e nunca me dissolverá

Serei as árvores em movimento
Serei o dia, a noite e o mar
E se achares que pra sempre me perdi
Na melodia, vais me encontrar

Enquanto isso, rio mais um pouco
Vivo um tanto louco
Desse corpo só vou levar a poesia
Da luz do dia, vivo sol a sol

Ouça a canção aqui

 

Mensagem da Família de Flavio Henrique


Flávio Henrique, para sempre.

Flávio sempre foi uma pessoa especial. Reza o folclore familiar que aprendeu a ler, por si só, aos cinco anos de idade.
Foi um menino solar, curioso e inteligente.

Filho de um casal de primos, Delza e Cícero, duplicou os dons da família. Sua mãe, pianista formada pelo Conservatório de Música de Minas Gerais, trabalhou com iniciação musical para crianças, por vários anos.

Desde pequeno Flávio apresentou inclinação para a música, e já na adolescência começou a desenvolver-se como instrumentista
e compositor. A princípio autodidata foi, pouco a pouco, se enfronhando na teoria.


Flávio sabia lidar com os sons e as palavras. Era bom nas duas artes: na música e na poesia. Fazia delas um casamento perfeito, que se revelou nas quase duzentas inspiradas canções que compôs. Lembramos aqui o valor de seus parceiros, que muito contribuíram para o brilho de sua obra.

Também nos ritmos e gêneros foi versátil e inquieto: tanto criou músicas elaboradas, como chorinhos e outras mais eruditas, quanto ritmos de gosto popular como baiões e forrós. Os temas de sua lírica também foram variados e ricos. Chegou até a fazer música infantil, no natal, quando compôs um Presépio Cantado, com imensa sensibilidade e beleza.

Suas marchinhas de carnaval ajudaram a ressuscitar o outrora sonolento carnaval de Belo Horizonte.

Seu ouvido privilegiado mostrava uma vocação plural também na execução de arranjos para teclados e cordas.

Seu talento agregador propiciou o aparecimento do Quarteto Cobra Coral, tão querido na cidade.

Flávio sempre esteve associado à alegria. Como músico e poeta, proporcionava encontros entre as pessoas. Ao levantarem os olhos de um quotidiano banal, usufruíam e compartilhavam dos momentos felizes e mágicos trazidos pela música e pela poesia do artista.

Flávio soube distribuir seus dons fazendo amigos nos vários lugares que frequentou. Sempre seduziu e encantou a todos com seu sorriso franco, uma palavra amiga, seu fino senso de humor.

Ofereceu-se, como diz sua canção, como uma casa aberta, uma noite de festa. Enfim, uma celebração da vida.

Foi-se cedo desta dimensão do mundo, mas na verdade continua conosco, no legado de sua obra, na sua linda Cecília, no grupo Cobra Coral. Seus muitos conhecidos, amigos, parceiros de trabalho, funcionários, guardam dele as melhores lembranças.

Nós, sua família, continuamos a amá-lo e a nos orgulharmos dele.

Valeu seu recente empenho de se dedicar, com êxito, às funções de executivo na Rede Minas e Rádio Inconfidência, mesmo sendo um artista criador, avesso a formalidades. Muito contribuiu para sua classe, sua cidade e a arte em geral.

Até sua morte, tão repentina e precoce, teve um sentido mais amplo. A comoção causada por sua doença despertou a cidade para uma conscientização em busca da saúde. Não foi em vão sua passagem.

Não podemos entender tudo que nos acontece. Alguns mistérios continuam insondáveis. Não podemos perder de vista nossa incompletude. Como já disse Guimarães Rosa:

“Coisas assim a gente não pega nem abarca. Cabem é no brilho da noite. Aragem do sagrado. Absolutas estrelas” (Grande sertão: veredas).

Lá onde está encantado, Flávio vive, e de lá nos ilumina.

Eliana Rodrigues Pereira Mendes (em nome da família de Flavio Henrique)

[Foto: Divulgação]

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